EMAGRECIMENTO

A obesidade é considerada doença universal de prevalência crescente e hoje assume caráter epidemiológico como o principal problema de saúde pública na sociedade moderna.

É definida como uma doença crônica que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura num nível tal que passa a comprometer a saúde do indivíduo, pois está associada ao aumento dos riscos para o acometimento de doenças cardíacas, aterosclerose, hipertensão arterial, hiperlipidemias, diabetes, osteoartrites, patologias biliares e vários tipos de câncer. O indivíduo é considerado obeso quando a quantidade de gordura relativa à massa corporal se iguala ou excede a 30% em mulheres e a 25% em homens e a obesidade grave é caracterizada por um conteúdo de gordura corporal que exceda 40% em mulheres e 35% em homens.

Devido ao fato de o índice de massa corporal (IMC) evidenciar uma proporção entre estatura e massa corporal, não quantificando a gordura corporal, a Organização Mundial da Saúde não utiliza mais o termo obesidade e, sim, sobrepeso I (IMC entre 25 e 29,9kg/m2), sobrepeso II (IMC entre 30 e 39,9kg/m2) e sobrepeso III (IMC maior ou igual a 40kg/m2). A manutenção estável do peso e composição corporal durante os anos resulta de um balanço preciso entre a ingestão e o gasto energético.

Um desequilíbrio nesta relação desencadeia o processo da obesidade. Sendo assim, a falta de atividade física e os distúrbios alimentares são hoje, sem dúvida, os principais fatores predisponentes para a obesidade. A transmissão familiar da obesidade é bem conhecida. No entanto, membros de uma mesma família estão expostos a hábitos culturais e dietéticos que acabam influenciando, sobremaneira, o ganho de massa corporal. Isso evidencia que, além da herança genética, a influência ambiental também acaba desempenhando papel importante no desenvolvimento da obesidade.

A redução da ingestão de alimentos preparados em casa, substituídos por alimentos industrializados (fast-foods, salgadinhos e doces), o aumento do consumo de refrigerantes e de grande proporção de calorias derivadas de gordura e a redução de atividade física são fatores etiológicos responsáveis pelo crescimento da prevalência da obesidade nas populações urbanas do ocidente. Dessa forma, promover o aumento da prática de exercícios físicos e incentivo à aquisição de hábitos alimentares saudáveis, criando condições objetivas para sua realização, seriam, provavelmente, os principais componentes de políticas de uma vida saudável.

Para Pollock e Wilmore, a motivação e a responsabilidade do sujeito consigo mesmo são fatores importantes no tratamento da obesidade.

Utilizado como uma das estratégias na prevenção e tratamento da obesidade o exercício físico tem papel fundamental, pois o gasto calórico proveniente da atividade física se mostra como grande aliado na perda de gordura corporal, sendo também fator determinante para aumento nos níveis de aptidão física. O exercício físico age especialmente na melhoria da resistência muscular localizada, aumento da capacidade aeróbia e diminição da percentagem de gordura corporal, sem, no entanto, reduzir a massa corporal magra.

O emagrecimento parece ser alcançado com êxito em programas que incluem exercícios de resistência, exercícios aeróbios intermitentes e/ou contínuos que utilizem um alto fluxo de energia (70% do VO2 máx.). Este processo parece ser mais eficiente por proporcionar um maior gasto calórico total, não somente durante a realização do exercício, mas também por provocar um aumento no consumo de oxigênio pós-exercício, fazendo com que a gordura seja utilizada neste período.

2 POLLOCK, M. L.; WILMORE, J. H. Exercício na saúde e na doença: avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação. 2ª ed. Rio de Janeiro: MEDSI; 1993.

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